segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pois é...


Eu nasci de sete meses, (dia sete do "sete", antes de virar nove) e talvez era no seio de minha mãe que eu deveria aprender a me ocultar, esconder minha face, meu grito, minha dor, meu pulsar , não consigo lidar com esse mundo que finge buscar a verdade e cultua a mentira e a hipocrisia, chamam isso de bons modos, de bom senso, eu chamo isso de mentira e falsidade.
Só quero ser eu, sem meias palavras, sem pensar, só sentir, não gosto de me anestesiar e não combino com coisas que tentei em vão me adaptar, só quero ser eu, mesmo que o ar me falte, que ninguém compreenda, eu preciso ser eu, ser amada pelo que não sou, agradeço, mas não! Não quero esse tipo de amor, mesmo que a flor amarela seque no vaso como secou, mesmo que não volte mais a florir. Sim! Eu sou isso aqui! Se é pesado, se é amargo, difícil de lidar? Azar! Por favor entenda! Se firo, se assusto, se me calo, ou se fujo, é pelo simples fato de não saber caminho diferente. Não mude o tom de voz, não finja que está tudo bem, é melhor calar e ver o que o tempo diz, no momento, estou digerindo certas situações... Jogo de cintura, palavras levianas ditas por dizer, não fazem parte do meu estilo,  minha atenção exagerada, minha dedicação, meu descaso, palavras delicadas, meu calar, tem hora, mesmo as vezes perdendo o lugar, mesmo não sabendo se expressar, e é o que tenho de verdadeiro. E se quase sempre minha lingua é uma espada pontiaguda, é melhor se afastar... E não! Esse não é meu pior defeito, todos ferem com as palavras, mas poucos sabem curar as feridas.
Se choro, se grito, se chamo, se imploro, se cuido, se me desespero, se falo demais, ou se me calo, é melhor esperar... Tenho comigo que só penso pra falar quando escrevo, e quando as palavras  saem de  mim desconectadas, desasjustadas, e mal ditas, ai de mim, meu único algoz... Isso só tem a ver comigo! Só eu sei o que eu guanho e o que eu perco! Não tente dizer como eu devo ser!
Não tenho nada pra dizer, desculpas se pede, quando a algo do que se arrepender... Como eu posso me arrepender de ser eu mesma? Talvez eu esteja fora do tom, mas sou eu agora. E meu silêncio é em consideração a tudo que se passou, a tudo que você significa, ou significou na minha vida. Estou magoada, e ainda não sei como te explicar, não sei se quero explicar...
As coisas não sairam como você estava esperando, não me culpe do seu arrependimento... E se quer saber, eu também esperava que você estivesse presente quando passou por aqui, senti muito mais sua falta, do que quando estamos distantes... E quem sou eu pra te cobrar? Tenho infinitas coisas mais a agradecer, mas há muitas coisas que começo a entender só agora, e me dão medo... É! Vai ver isso é do meu jeito de tomar pra mim as dores de meus afetos, eu fico pensando que tenho direito a cumplicidade... 

3 comentários:

Mar disse...

Interessantíssimo o teu texto. Confesso, fiquei em dúvida doquanto é texto criativo, o quanto é confissão de si mesma, o quanto possa ser desabafo ou despedida de uma pessoa amada... E literatura plena é justamente isso: deixar as dúvidas, as inquietações no leitor...
Como texto, como criatividade, está excelente, profundo, tocante, comovedor.
Parabéns.
Marcelo Bandeira (lellobandeira@hotmail.com)

Unknown disse...

Acho que entendi.

Unknown disse...

Na verdade está mais do que claro.